O que é Escarlatina?
Escarlatina é uma doença infectocontagiosa aguda caracterizada por infecção de garganta + febre alta + manchas vermelhas no corpo.
É causada pela bactéria estreptococo beta-hemolítico do grupo A, também conhecida como Streptococcus pyogenes, a mesma bactéria que causa amigdalite e impetigo. As manchas resultam da reação do corpo às toxinas desta bactéria e dependem de predisposição genética, ocorrendo em menos de 10% dos casos de infecções.
Sintomas e sinais de Escarlatina
febre, muitas vezes alta, é geralmente o primeiro sintoma;
manchas vermelho-escarlate na pele, cobrindo a maior parte do corpo, 12 a 48h após o início da febre;
pele áspera, com sensação de lixa ao toque;
palidez perioral (Sinal de Filatov);
lesões acentuadas nas dobras cutâneas (Sinal de Pastia);
garganta inflamada;
língua branca, que evolui em alguns dias para descamação adquirindo coloração vermelha intensa (língua de framboesa);
ínguas aumentadas na região do pescoço;
descamação tardia de pés e mãos.
Outros sintomas inespecíficos são dor abdominal, nauseas ou vômitos, dores musculares e cefaleia.
Como é a transmissão da Escarlatina
A transmissão escarlatina ocorre pelo contato com saliva ou gotículas de tosse ou espirro de uma pessoa infectada. Após o contágio, os sintomas iniciam-se em 2 a 4 dias.
Crianças entre 5 e 15 anos são o grupo mais atingido, sendo rara em menores de 3 anos e adultos. É uma doença que se propaga em ambientes de aglomerações, como escolas e tem predomínio da incidência de casos na primavera.
Diagnóstico de escarlatina
O diagnóstico da escarlatina na grande maioria das vezes é clínico, pela soma dos sintomas e dos sinais encontrados no exame físico realizado pelo médico. Em casos onde houver dúvida, podem ser realizados exames com teste rápido para estreptococos (disponível em poucos locais) ou a cultura de amostra de secreção da garganta para identificação do germe.
Riscos da Escarlatina
Escarlatina já foi uma doença grave na era pré-penicilina. Hoje os casos costumam ser leves e as complicações são vistas em situações onde o tratamento não foi realizado ou foi feito de tardiamente.
Complicações da escarlatina incluem:
Supurativas (que produzem pús):
abscessos
fasciíte necrotizante
bacteremia
síndrome do choque tóxico estreptocóccico
meningite
pioartrite
endocardite
osteomielite
peritonite
sinusite
meningite e abscesso cerebral, devido à infecção por contigüidade via mastóide ou disseminação pelo sangue.
Não-supurativas:
glomerulonefrite difusa aguda
febre reumática
eritema nodoso
eritema multiforme
poliarterite nodosa
artrite reativa
Tratamento da Escarlatina
A escarlatina é uma doença que necessita de atendimento pediátrico para diagnóstico e é tratada com antibióticos, preferencialmente penicilina, além de medicações para alívio dos sintomas.
A melhora costuma ser rápida e a doença deixa de ser contagiosa depois de 24 horas de início do tratamento.
Como prevenir a Escarlatina
Não existe vacina contra a bactéria que causa a escarlatina (veja o Calendário de Vacinação da Sociedade Brasileira de Pediatria com todas as vacinas recomendadas).
Assim, a melhor forma de evitar o contágio ou transmissão é:
higienizar as mãos com frequência;
lavar copos, talheres e pratos depois de alguém que está doente usá-los;
evitar contato até que o antibiótico faça efeito em caso de diagnóstico da escarlatina.